A cobiça é como um animal selvagem. Mesmo que se façam tentativas de domá-lo durante o dia, à noite surge mais selvagem ainda em nossos sonhos. E justamente quando nos sentimos seguros, ela emerge das profundezas e nos lança um olhar de cinismo. Não há rio com volume de água suficiente para esfria-lo e nem afoga-lo. Ó, Pai Onipotente, por que destes ao homem tão mesquinho sentimento?
Frederick Buechner
O que é adultério?
Da forma mais literal que entendemos, é um encontro entre um casal de sexo oposto onde um ou os 2 tem alianças com outras pessoas, geralmente entre um homem de Deus casado e uma mulher solteira. Entretanto, em uma definição mais significativa podemos dizer que é um escape da realidade, a busca de um significado de vida diferente, fora dos laços do casamento.
Qualquer pastor pode testificar o fato de que o adultério está aumentando em proporções alarmantes no âmbito da igreja. Ainda pior, ele tem atingido até mesmo a liderança.
São pequenos pontos na vida do pastor que acaba influenciando em um resultado alarmante, você vai descobrir tudo aquilo que pode te influenciar a tomar uma decisão errada, assim você pode barrar logo no início.
Como um filho de Deus pode cair a tal ponto?
Tudo se inicia quando há um descontentamento no casal, os sentimentos mudam e não houve posicionamento para evitá-los e corrigi-los. Nada mais é como foi no início do relacionamento, no noivado e até mesmo nos primeiros anos do casamento, aquela paixão já não existe mais, raramente o casal desfruta de um tempo sadio para uma comunicação agradável e profunda, até mesmo em uma relação sexual não mais aquela magia ou sentimento de satisfação, esses são um dos fatores que mais o inimigo age na vida de um líder.
Para alguns pastores, a crise da meia-idade, como é popularmente conhecida, tem contribuído para a queda moral. É difícil avaliar, pois alguns homens parecem nem ser afetados por esse período, enquanto outros o atravessam sob muita luta.
Entre 35 e 45 ou 48 anos, às vezes mais às vezes menos, uma série de dificuldades se apresentam para alguns homens que:
- Começam a questionar os seus alvos profissionais não alcançados e se vão alcançá-los um dia.
- Ficam em dúvida se devem ou não mudar de carreira, até mesmo abrir mão do seu ministério para estudar e tentar uma nova profissão;
- Percebem que os melhores cargos são entregues a homens mais jovens e mais bem preparados. Vêem rapazes saindo do seminário e ganhando o púlpito de igrejas maiores e mais influentes que a sua;
- Começam a notar que não são mais o centro da engrenagem que move o lar. Os filhos cresceram e estão na faculdade, trabalhando ou se preparando para casar;
- Querem descobrir se ainda são atraentes e, por esse motivo, muitos tornam-se vulneráveis a um envolvimento com outra mulher.
A base desse problema é, na maioria das vezes, a identidade abalada, por isso ficam mais sensíveis aos elogios do sexo oposto.
O tempo passa e eles não se prepara e nem aceita emocionalmente que as coisas não são como era antes.
Vejamos o que Salomão (que entendia bem desse assunto…) tem a dizer a esse respeito:
Provérbios 6.23-29 – “Porque o mandamento é lâmpada e a instrução luz, e as repreensões da disciplina são o caminho da vida; para te guardarem da vil mulher e das lisonjas da mulher alheia. Não cobices no teu coração a sua formosura, nem te deixes prender com as suas olhadelas. Por uma prostituta o máximo que se paga é um pedaço de pão, mas a adúltera anda à caça de vida preciosa. Tomará alguém fogo no seio, sem que as suas vestes se incendeiem? Ou andará alguém sobre brasas, sem que queimem os seus pés? Assim será com o que se chegar à mulher do seu próximo; não ficará sem castigo todo aquele que a tocar”
Avalie-se
Amado pastor se sua esposa não te respeita mais e não o admira, você pode se colocar em situação perigosa quando você valoriza demais os elogios e lisonjas das outras mulheres do ministério. Você não pode perceber mas saiba que você corre o risco de se apaixonar, CUIDADO!
PROPENSÃO EMOCIONAL E ESPIRITUAL
O pastor, em geral, torna-se vulnerável quando algo está acontecendo em sua vida espiritual e em seu casamento, causando distanciamento entre ele e sua esposa. Pastor, temos que diariamente cuidar de nossa vida espiritual.
Existe um caminho percorrido até a chegada do tempo que eu chamo de o real “mergulho de cabeça” e o pastor se decida a “abrir mão” de sua família, sua reputação e seu ministério. Naturalmente, nem todos ocorrem da mesma forma, porém, alguns aspectos são constantes na maioria dos casos, vou te apresentar todas as etapas desse caminho.
1 – ENCONTRO INOCENTE
Um encontro casual, ele a vê em uma festa da igreja ou em casa de algum irmão. Ambos conversam, e ela passa a ser a personagem central de seus pensamentos.
2 – ENCONTRO INTENCIONAL
Pode parecer um encontro inesperado, aliás é bom que dê essa impressão, mas, na verdade, houve manipulação para que ambos voltassem a estar juntos.
Muitos casos acontecem em Discipulados um a um, por isso eu sempre recomendo caso um pastor for discipular uma mulher, nunca esteja sozinho, mas sempre acompanhado de sua esposa.
3 – TEMPO GASTO EM PÚBLICO
Ficam conversando além do tempo quando não há mais ninguém na igreja. É claro que todos pensarão que se trata de um aconselhamento pastoral e julgarão normal.
4 – TEMPO GASTO EM PARTICULAR
Nesse ponto há um isolamento proposital e confissões de frustrações mútuas. Talvez seja sem perceber, mas estão solidificando seu relacionamento emocional, quase nunca perceptível mas dali inicia-se um relacionamento casual.
5 – ISOLAMENTO VOLUNTÁRIO
É um tempo reservado para o prazer mútuo. Há um clima romântico, agradável, excitante e eufórico. Trocam abraços, beijos e estão a um passo da relação sexual.
6 – RELACIONAMENTO SEXUAL
É a liberação total dos sentimentos. A culpa se instala no coração, porém encontram uma forma de racionalizar o procedimento.
7 – ACEITAÇÃO TOTAL DA REALIDADE
Pelo envolvimento em uma relação extraconjugal começam a formular as respostas para as mentiras e alimentar os sentimentos de culpa projetando o pior cenário que podem enfrentar, tais como:
- Medo: O que acontecerá se descobrirem?
• Culpa: O que faço com esse sentimento?
• Hipocrisia: O que faço para não perceberem minha vida dupla?
• Mentira: Como vou explicar o atraso a minha esposa?
• Vergonha: O que pensarão de mim?
• Perigo de terminar o casamento: será que precisarei chegar a esse extremo?
• Desqualificação para o ministério: O que direi ao meu rebanho? Como poderei pregar sobre família?
Caro pastor, para que isso nunca venha a ocorrer, quero finalizar compartilhando alguns cuidados a serem tomados.
Precisamos adotar certos procedimentos para evitar que sejamos traídos por nossas paixões:
- Entenda que você é vulnerável; que não é super-homem de Deus nem gigante espiritual. Seus pés são de barro
- Tome cuidado para que as Desculpas não o domine, inventando mentiras;
- Procure um amigo confiável que o aconselhe e socorra. Uma pessoa a quem você preste contas regularmente, busque ajuda dos seus supervisores e caso não tenha busque um outro amigo pastor ou alguém fundado na Palavra do Senhor;
- Pense no preço que terá de pagar se ocorrer uma queda moral, bem como em sua esposa, em seus filhos, em sua igreja, em seu ministério e no nome de Cristo;
- Faça constantes investimentos em seu relacionamento conjugal para reconstruir e aprofundar o amor entre ambos. Crescer no amor é um ato intencional e requer muita dedicação e compromisso.
- Ore muito para ter a disposição de ser o “marido de uma só mulher” (1 Timóteo 3.2).
Se você está lendo essa frase é porque de fato esse estudo chamou a sua atenção, não é mesmo? Diga nos comentários o que você aca sobre o assunto e aquilo que você aprendeu com a leitura.